1/27/2007

Filosofia de botequim - Exercício I

- Penso que a vida é desenhar sem borracha. Lógico que sem recursos eletrônicos, claro.
Já para mim, viver é não ter a vergonha de ser feliz, sabe?
- Que naaaada Alfredinho, a vida ensina não se aprende a viver, é um longo tempo entre um "não" e um "sim".
- É, pode ser, mas uma coisa também é certa: da vida só se leva a vida que a gente leva.
- Aí eu assino em baixo com certeza, não tem definição mais completa e embasada filosoficamente que essa, do ponto de vista estatístico porém, viver é 99% de transpiração e 1% de inspiração. Portanto, reforce no desodorante antes de sair de casa, você está com um CC desgraçado Alfredinho.
-Desce mais uma rodada de chop que a inspiração já tá subindo e o sangue quente também.Quer saber, penso que, eu que não fico sentado num apartamento, com a boa escancarada cheia de dentes, esperando a morte chegar. (pararam, ramram, ramram).
-Sabias palavras, no fundo no fundo, a vida vem em ondas como o mar, e digo mais, num indo e vindo infinito.
-É vero, profundo isso. Maré alta? É, o mar tava pra peixe nesse dia.
-Mas nem sempre é assim você sabe, às vezes fico matutando que êh, ôh, ôh vida de gado, povo marcado êh, povo infeliz.

-Aham, também reflito sobre isso. Mas uma coisa não me sai da cabeça, vou até ser radical agora: vida pra mim é silêncio.
-O quê, silêncio?
- Isso mesmo, silêncio.
- Porra Alfredinho, se você não quer mais filosofar, fala caralho. Paga minha parte aí que tô sem grana, vou nessa.