8/10/2006

CONTRA-ATAQUE EM BURKINA FASO





Capítulo 1 - O capanga do Algoz.

O óbvio acabava de dar de cara com o que tava bem embaixo do meu nariz durante aqueles 60 longos dias em Burkina Faso. O elo tinha se fechado quando vi Jonh Wiltaker levantar sua Taurus em direção ao piloto do helicóptero que acabara de pousar naquele solo, amaldiçoado por Deus. Pelo menos, desde uns 3 séculos pra cá, depois do XV e XVI, quando Burkina era um importante entreposto comercial do Império Songhai.

O tiro dilacerou o pescoço do piloto e Wiltaker correu para fazer parar as hélices da aeronave, que por pouco não emborcava cortando ao meio toda aquela gente que fazia fila para se salvar da miséria e cair nas garras de uma instituição com fortes influências demoníacas.

- Todos para trás... Paul, leve todos para o abrigo e não queira dar uma de herói, você sabe bem o que uma bala desse bebê pode fazer no seu corpo - Wiltaker ordenou enquanto jogava o corpo do comandante na Savana subsaariana.

Dias antes tive umas aulas com ele para tentar me proteger de algum levante dos Manugaras, os cortadores de cabeça. Uma etnia hostil até para os níveis de alta tolerância à crueldade de Burkina Faso.

Mas como o desempenho foi aquém do esperado pelo meu desumano professor, não tive permissão para portar nem um 38, o que achei conveniente pra minha consciência já tão solapada com as recentes descobertas sobre aquela missão filantrópica .

Os “sub-humanos” se alvoroçaram quando viram que não iam sair do inferno. Gastei meu francês para tentar acalmá-los, tentei um dialeto local para acabar com a histeria das mulheres e assim conseguimos chegar ao abrigo. O restos de comida estavam por toda parte, a fogueira improvisada chiava tentando não apagar após os 5 litros de água jogados antes de irmos para o heliponto. Era assim que o Wiltaker chamava a clareira no meio do resto de selva intertropical, uma forma de humor negro que o divertia bastante e que esperava de mim ao menos um sorriso.

A noite ia ser bem longa e os bicudos tirariam grandes nacos de carne daquela gente que não tinha nem isso para oferecer aos famintos mosquitos. Quis distribuir um pouco do meu repelente, mas desisti para evitar que me matassem tentando salvar suas peles.

Achei que talvez minha monstruosidade não fosse menor que a do Wiltaker. Tirei a idéia diabólica da cabeça, estava querendo salvar aquela gente e não matá-los.

Durante a madrugada, os urros dos leões ficavam cada vez mais próximos. Wiltaker tinha contratado dois capangas do Niger que se revezavam na vigília da sua barraca, estrategicamente posicionada em frente à dos prisioneiros, estas totalmente cercadas por arames farpados impediando as feras de se aproximar.

Os urros eram aterrorizantes, alguns nativos diziam que já dava até para sentir o hálito das feras. Muitos, por se acharem protegidos pela cerca, dormiam muito próximo à lona. E foi por isso, que um grande leão, achando uma brecha na cerca, conseguiu rasgar as costas de um homem de 25 anos com aparência de 50.

O grito cortou a noite fria e deixou todos em sobressalto no meio do abrigo. Todos, menos o pobre infeliz com as costas retalhadas pela fera. Caiu morto, pulmões e fígado à mostra. Os capangas e o próprio Wiltaker ainda acertaram uma bala de raspão no felino, que sumiu no meio da noite.

A morte era uma questão de tempo ali, para todos. Pensei na minha filha em Paris, prometi que se saísse daquela tomaria coragem e a procuraria. Mas já prometera isso antes, talvez preferisse a morte do que demonstrar sentimentos tão embaraçosos e ainda correr o risco de não ser aceito. Se aquele dia amanhecesse, ia preferir arriscar.

( Continua, mas deve demorar. Ou não.)

História do Burkina Faso (Diversas Fontes)


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Pré-história
Tal como toda a África ocidental, o Burkina Faso foi povoado em tempos remotos, com destaque para os caçadores-recolectores da parte noroeste do país (12 000 a 5 000 a.C.), cujas ferramentas (raspadeiras, cinzéis e pontas de seta) foram descobertos em 1973. Entre 3 600 e 2 600 a.C. surgiram povoamentos de agricultores, e os vestígios dessas estruturas deixam a impressão de edifícios relativamente permanentes. O uso do ferro, cerâmica e pedra polida desenvolveu-se entre 1 500 e 1 000 a.C., tal como a preocupação com os assuntos espirituais, como é demonstrado pelos restos de enterramento que têm sido descobertos.
O Burkina Faso foi uma região economicamente importante para o Império Songhai, que existiu entre o século XV e o século XVI.
Relíquias dos Dogon são encontradas nas regiões centro-norte, norte e noroeste. Este povo saiu da área entre os séculos XV e XVI a.C. para se ir instalar nas colinas de Bandiagara. Encontram-se restos de muros altos no sudoeste do Burkina Faso (e também na Costa do Marfim), mas o povo que os construiu ainda não foi definitivamente identificado.
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Da colónia à independência
Em 1896, o reino Mossi de Ouagadougou tornou-se protectorado francês depois de ser derrotado pelas forças francesas. Em 1898, a maior parte da região que corresponde hoje ao Burkina Faso foi conquistada. Em 1904, estes territórios foram integrados na África Ocidental Francesa, no coração da colónia do Alto-Senegal-Niger (Haut-Sénégal-Niger).
Os seus habitantes participaram na Primeira Guerra Mundial nos batalhões da Infantaria Senegalesa (Tirailleurs sénégalais). O território foi originalmente administrado a partir da Costa do Marfim, mas transformou-se numa colónia separada em 1919. A 1 de Março de 1919, François Charles Alexis Édouard Hesling transformou-se no primeiro governador da nova colónia do Alto Volta, que foi dissolvida a 5 de Setembro de 1932, sendo dividida entre a Costa do Marfim, o Mali e o Niger.
A 4 de Setembro de 1947, o Alto Volta foi recriado nas suas fronteiras de 1932. A 11 de Dezembro de 1958, alcançou o auto-governo, e tornou-se numa república membro da Comunidade Franco-Africana (La Communauté Franco-Africaine). A independência completa foi atingida em 1960. O primeiro golpe militar ocorreu em 1966, e o país regressou ao governo civil regressou em 1978. Em 1980 deu-se outro golpe, liderado por Saye Zerbo, que foi derrubado em 1982. Um contra-golpe foi lançado em 1983, deixando no poder o capitão Thomas Sankara. O actual presidente é Blaise Compaoré, que chegou ao poder em 1987 depois de um golpe de estado que matou Thomas Sankara.