8/02/2006

O Monstro dos juros altos tem cara de quê?


Durante muitos anos o Brasil conviveu com o famoso dragão da inflação, que tocava fogo no nosso dinheiro sem dó nem piedade. De alguns anos para cá, desde a criação do plano real, esse dragão tão aterrorizador veio perdendo seu voraz apetite e hoje podemos dizer que está domesticado. E, salvo algum “flash back” irresponsável do próximo governo eleito, ele deve permanecer assim.

O leão do imposto de renda também é bastante assustador e vira e mexe assombra as noites mal dormidas dos brasileiros. A malha fina é o ápice do pesadelo, quando não há mais saída e o bichano abre sua bocarra para devorar nossos bolsos.

Após ler mais um dos brilhantes artigos da Miriam Leitão no jonal O Popular, no qual ela falava justamente da necessidade que o Brasil tem de contornar a “pedra” do juros altos me veio à mente essas imagens do Dragão e do Leão.

Apesar de falar metaforicamente da pedra, a Miriam não transformava a mesma na “Grande Pedra dos Juros Altos”, dando forma de “monstro pedra” ao mais novo inimigo do povo brasileiro; coisa que para mim, a partir daquele texto, se fez extremamente necessária, pois para derrotar o inimigo é preciso conhecê-lo, nomeá-lo e assim exterminá-lo. Conclui, que o imaginário popular exige uma forma para esse monstro.

Refletindo um pouco mais, me perguntei porque o governo não lança um concurso para eleger qual a figura representativa desse novo inimigo número 1 da nação.

A pedra, que precisa ser contornada, da Miriam Leitão é uma das opções. Sugiro também algumas: uma enorme anta preta, um burro empacado ou uma enorme engrenagem quebrada.

Depois de escolhido o nosso monstro, vem a fase da escolha do melhor nome para batizá-lo, tipo: Anta jurássica, Burrico empacado do juros altos, Monstro da engrenagem quebrada, etc. Podemos fazer um votação em diversas capitais para chegarmos ao nome ideal como tem feito o Cob para o Sol que será o mascote do Pam do Brasil.

É isso aí, o desafio de revelar ao mundo mais esse triste monstro genuinamente brasileiro está lançado. Como diria o grande Sun Tzu, autor do mundialmente conhecido “A Arte da Guerra”: Se conheces os inimigos e conheces a ti mesmo, nem em cem batalhas correrás perigo; se não conheces os inimigos, porém te conheces a ti mesmo, perderás umas batalhas e ganharás outras; se não conheces os inimigos nem te conheces a ti mesmo, correrás perigo em cada batalha.

Então, não percamos tempo, precisamos conhecer esse inimigo urgentemente.

por Paulo André Guimarães - Redator Publicitário e Escritor ocasional, sub-30.
paullodesousa@hotmail.com